
Esta aventura partiu
dia 26 de Dezembro de Coruche, seguindo caminho para Espanha, onde foi feira a
travessia do Mediterrâneo para Marrocos, dando início à aventura africana.
Seguindo para Sul, passaram por Mauritânia, Guiné-Bissau, Gâmbia, terminando
finalmente no Senegal, nas margens do mítico Lago Rosa.
Este ano, esta
expedição contou com a participação de uma equipa grandolense, o Team Camping
Galé, composta por João Romão, Pedro Rocha e Aurélio Rocha, que aos comandos de
um camião MAN (o único da sua categoria) percorreram os aproximadamente 9500km
desta edição da prova.
Um dos membros da
equipa, João Romão acedeu a responder a algumas perguntas do NGO para que
pudéssemos perceber melhor como foi esta aventura.
NGO:
Como surgiu a ideia de participar no Dakar Desert Challenge 2014? Algum de
vocês já tinha experiência de participação em provas do género?
João
Romão: Somos os três amantes do todo-o-terreno e com o
sonho de um dia viver a mística do antigo Paris-Dakar, o Dakar Desert Challenge
convida-nos a viver essa experiência não competitiva em low-cost, e não
poderíamos deixar fugir esta oportunidade. Não, apenas o Pedro Rocha havia
feito uma expedição por Marrocos há alguns anos.
NGO:
O que vos levou a optar por participar aos comandos de um camião em vez de um
veículo ligeiro 4x4?
JR: O Camião também é
um 4x4! O Pedro e o Aurelio Rocha sendo proprietários desse veículo ao qual
dedicaram bastantes horas na sua preparação, nem pensaram duas vezes em viver esta aventura num veículo diferente
de todos os outros.
NGO:
Sendo uma equipa de 3 pessoas, tinham posições fixas, tais como piloto,
navegador e mecânico ou todos desempenhavam essas as funções e iam trocando
conforme a necessidade?
JR:
O nosso piloto e mecânico foi o Pedro, a mim e
ao Aurelio coube-nos a navegação por GPS e road book e a cozinha. Acumulando, o
Aurelio a despensa e eu a tesouraria.
NGO:
Dado que isto é uma expedição e não uma competição, o ritmo é sempre de passeio
ou há alturas em que apetece por um bocado mais o pé no fundo e “apertar” com a
máquina?
JR: O objectivo principal é o passeio, mas há momentos em que as
pistas nos pedem para fazermos o gosto ao pé.
NGO:
Como era o espírito entre os todos os participantes durante a expedição?
JR:
De grande companheirismo.
NGO:
Quais as primeiras impressões ao chegar ao Sahara?
JR: Vazio, Imensidão, Silêncio e a vista deslumbrante.
NGO:
Tiveram alguns problemas mecânicos ou de navegação durante a prova?
JS:
Apenas pequenos problemas que fazem parte de
uma expedição como esta.
NGO:
Outra das vertentes da expedição que a organização encoraja é a interação entre
os participantes e as populações. Como foram recebidos e de que maneiras
interagiram com os habitantes locais?
JR:
Em cada pais existem maneiras diferentes de
sermos recebidos mas no geral é com grande alegria que somos recebidos.
NGO:
Qual dos países atravessados vos marcou mais e porquê?
JR:
A Guiné-Bissau.
Pela beleza, pelas pessoas e pelas lágrimas que nos correm por dentro ao ver um
pais tão bonito e ao mesmo tempo tão triste.
NGO:
Algum episódio caricato que se lembrem?
JR: Sim. À entrada no Lago Seco de Chebibka ficámos tão
deslumbrados com a paisagem, que quando nos apercebemos estávamos a quilômetros
do nosso track e por pouco não entrávamos pela Mauritânia a dentro.
JR: Grande parte delas são indiscritíveis, mas acima de tudo uma
grande lição de vida dada pelo Senhor Oliveira de 74 anos que nos acompanhou
nesta aventura sozinho numa 4L, a sua força de vontade de chegar à Guiné inspirou-nos
a todos. Sim, sem dúvida.
Esperamos então pela edição de 2014 para uma nova aventura.
(Imagens: Team Camping Galé)
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