quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

EQUIPA GRANDOLENSE NO DAKAR DESERT CHALLENGE

O Dakar Desert Challenge é uma expedição realizada entre Portugal e Dakar, passando por 7 países e recriando os caminhos do saudoso Rally Dakar mas numa vertente menos competitiva, onde qualquer um pode participar mesmo sem ter grandes conhecimentos de condução em competição, navegação ou mesmo um carro com preparação especial para o todo-o-terreno de competição.

Esta aventura partiu dia 26 de Dezembro de Coruche, seguindo caminho para Espanha, onde foi feira a travessia do Mediterrâneo para Marrocos, dando início à aventura africana. Seguindo para Sul, passaram por Mauritânia, Guiné-Bissau, Gâmbia, terminando finalmente no Senegal, nas margens do mítico Lago Rosa.

Este ano, esta expedição contou com a participação de uma equipa grandolense, o Team Camping Galé, composta por João Romão, Pedro Rocha e Aurélio Rocha, que aos comandos de um camião MAN (o único da sua categoria) percorreram os aproximadamente 9500km desta edição da prova.

Um dos membros da equipa, João Romão acedeu a responder a algumas perguntas do NGO para que pudéssemos perceber melhor como foi esta aventura.

NGO: Como surgiu a ideia de participar no Dakar Desert Challenge 2014? Algum de vocês já tinha experiência de participação em provas do género?
João Romão: Somos os três amantes do todo-o-terreno e com o sonho de um dia viver a mística do antigo Paris-Dakar, o Dakar Desert Challenge convida-nos a viver essa experiência não competitiva em low-cost, e não poderíamos deixar fugir esta oportunidade. Não, apenas o Pedro Rocha havia feito uma expedição por Marrocos há alguns anos.

NGO: O que vos levou a optar por participar aos comandos de um camião em vez de um veículo ligeiro 4x4?
JR: O Camião também é um 4x4! O Pedro e o Aurelio Rocha sendo proprietários desse veículo ao qual dedicaram bastantes horas na sua preparação, nem pensaram duas vezes em viver esta aventura num veículo diferente de todos os outros.



NGO: Sendo uma equipa de 3 pessoas, tinham posições fixas, tais como piloto, navegador e mecânico ou todos desempenhavam essas as funções e iam trocando conforme a necessidade?
JR: O nosso piloto e mecânico foi o Pedro, a mim e ao Aurelio coube-nos a navegação por GPS e road book e a cozinha. Acumulando, o Aurelio a despensa e eu a tesouraria.

NGO: Dado que isto é uma expedição e não uma competição, o ritmo é sempre de passeio ou há alturas em que apetece por um bocado mais o pé no fundo e “apertar” com a máquina?
JR: O objectivo principal é o passeio, mas há momentos em que as pistas nos pedem para fazermos o gosto ao pé.

NGO: Como era o espírito entre os todos os participantes durante a expedição?
JR: De grande companheirismo.

NGO: Quais as primeiras impressões ao chegar ao Sahara?
JR: Vazio, Imensidão, Silêncio e a vista deslumbrante.


NGO: Tiveram alguns problemas mecânicos ou de navegação durante a prova?
JS: Apenas pequenos problemas que fazem parte de uma expedição como esta.

NGO: Outra das vertentes da expedição que a organização encoraja é a interação entre os participantes e as populações. Como foram recebidos e de que maneiras interagiram com os habitantes locais?
JR: Em cada pais existem maneiras diferentes de sermos recebidos mas no geral é com grande alegria que somos recebidos.



NGO: Qual dos países atravessados vos marcou mais e porquê?
JR:  A Guiné-Bissau. Pela beleza, pelas pessoas e pelas lágrimas que nos correm por dentro ao ver um pais tão bonito e ao mesmo tempo tão triste.

NGO: Algum episódio caricato que se lembrem?
JR: Sim. À entrada no Lago Seco de Chebibka ficámos tão deslumbrados com a paisagem, que quando nos apercebemos estávamos a quilômetros do nosso track e por pouco não entrávamos pela Mauritânia a dentro.

NGO: Quais as principais recordações que trazem desta aventura? Será uma experiência para repetir?

JR: Grande parte delas são indiscritíveis, mas acima de tudo uma grande lição de vida dada pelo Senhor Oliveira de 74 anos que nos acompanhou nesta aventura sozinho numa 4L, a sua força de vontade de chegar à Guiné inspirou-nos a todos. Sim, sem dúvida.

Esperamos então pela edição de 2014 para uma nova aventura.


(Imagens: Team Camping Galé)



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